ST2 - 1139 O PLANO POPULAR DA VILA AUTÓDROMO, UMA EXPERIÊNCIA DE PLANEJAMENTO CONFLITUAL

  • Carlos Vainer
  • Regina Bienenstein
  • Giselle Megumi Martino Tanaka
  • Fabricio Leal De Oliveira
  • Camilla Lobino
Palavras-chave: Vila Autódromo, planejamento conflitual, Rio de Janeiro, Jogos Olímpicos 2016

Resumo

A conquista do direito de sediar os Jogos Olímpicos 2016 constitui, sem dúvida alguma, o ápice de processo iniciado há duas décadas, que encadeou a cidade do Rio de Janeiro a uma nova coalizão de poder e um novo projeto de cidade. A realização dos Jogos Pan-americanos de 2007, da Copa das Confederações em 2013, da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016 vêm propiciando a concentração de grandes investimentos públicos na implantação de projetos que reconfiguram extensos espaços urbanos e impactam a própria estrutura e dinâmica da cidade. É nesse contexto que se apresenta o caso da Vila Autódromo, objeto deste trabalho. A trajetória de luta e resistência contra a remoção da Associação de Moradores e Pescadores da Vila Autódromo revela, a seu modo, muito do que tem sido e será, no futuro próximo, a outra face, oculta, do Rio de Janeiro Olímpico. Neste trabalho busca-se relatar a resistência dos moradores, que, mais além de sua longevidade, tem como originalidade o fato de ter engendrado uma experiência de planejamento alternativo que conduziu à elaboração do Plano Popular da Vila Autódromo. Assim, se descreverá rapidamente a história da Vila; em seguida se apresentam os projetos da Prefeitura e o processo de planejamento em que estiveram (e ainda estão) engajados os moradores e sua Associação. Ao final, algumas reflexões sobre este esforço de autoplanejamento urbano em uma situação de conflito a que se propõe designar de “planejamento conflitual”. 

Publicado
2018-10-03
Seção
Sessões Temáticas