ST 2 A ‘VONTADE DE GOVERNAR’: CONFLUÊNCIAS NOS MODOS DE CONTROLE MILITAR E EMPRESARIAL DO TERRITÓRIO

  • Edwin Alberto Muñoz Gaviria UFRJ / IPPUR

Resumo

Pelo recurso à noção de “governança territorial” a literatura gerencial vem concebendo a participação das empresas na gestão e o desenvolvimento dos territórios. As empresas procurariam, por esta via, estabelecer estratégias de “ancoragem territorial” que as habilitariam para participar da construção do “bem comum territorializado”, na tentativa de gerar relações de proximidade com os diferentes atores presentes no território; proximidade social entendida como condição necessária para sua inserção econômica em condições de competitividade (Amilhat Szary, 2010, p. 10). Trata-se principalmente de empresas cuja atividade produtiva as torna dependentes de localizações específicas como no caso das indústrias extrativas, do agronegócio e das grandes barragens, entre outras. Sendo que as empresas com mais capacidade de deslocamento acudiriam à chantagem localizacional (Acselrad e Bezerra, 2010) como mecanismo de pressão para reduzir os níveis de desregulação social, ambiental e fiscal, e assim viabilizar melhores condições para o negócio, para empresas com menor mobilidade ou com maior rigidez localizacional, tal mecanismo seria insuficiente. Isto porque a implantação destas empresas acostuma gerar tensões de nível variável, dependendo do grau de organização e resistência social e política das populações atingidas, frente aos danos produzidos pelo empreendimento.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas