ST 2 POLÍTICA, PROJETOS E RESISTÊNCIAS URBANAS: PERSPECTIVAS RUMO AO DIREITO À CIDADE EM FORTALEZA

  • Valéria Pinheiro UFC
  • Victor Iacovini FAUUSP

Resumo

O intenso ritmo de crescimento demográfico que a cidade apresentou desde o final do século XIX, e ao longo do século XX, até a década de 1930 não resultou em grande ampliação do tecido urbano. A partir da década de 1950, a cidade ingressa no ciclo do “desenvolvimentismo”, com a inauguração da BR 116, a fundação da Universidade Federal do Ceará e do Banco do Nordeste e a SUDENE. A taxa de crescimento demográfico dispara para uma média de aproximadamente 58% por década (entre 1950 e 2000). O tecido urbano e a malha viária se expandem consideravelmente, pela abertura de grandes avenidas pelo Poder Público e de uma série de loteamentos pela iniciativa privada (RUFINO, 2013). A malha viária adquire um padrão misto de “radial-concêntrica com ortogonal descontínua”, marcada pela fragmentação e estreiteza de suas vias (CAVALCANTE, 2009). Como receptora de intenso fluxo migratório, as necessidades de habitação foram agravadas pelo grande número de famílias de baixa renda vindas do interior. A produção habitacional pelo Estado foi muito aquém da demanda: entre 1957 e 1976, foram produzidas 14.647 unidades habitacionais, 12.356 pelo Governo do Estado (SOUZA, 2009) e 2.291 pela Prefeitura; entre 1978 e 2010, foram construídas 30.257 unidades (FORTALEZA, 2013).
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas