ST2 - 614 LONDRES 2012 E RIO DE JANEIRO 2016: MODELOS E CONFLITOS NA PRODUÇÃO DA CIDADE OLÍMPICA

  • Gilmar Mascarenhas de Jesus
Palavras-chave: cidade olímpica, modelos, conflitos, Londres, Rio de Janeiro

Resumo

A partir da reflexão acumulada em quase dez anos de investigação acerca do “urbanismo olímpico”, e do exame de novas empirias em curso, pretendemos colocar em debate os sentidos e tendências na produção da cidade olímpica contemporânea. Tomaremos o caso de Londres (2012) e do Rio de Janeiro (em sua preparação para os Jogos de 2016), para averiguar como as quatro dimensões que consideramos fundamentais (simbólica, cidadã, físico-territorial e político-institucional) compuseram quadros e experiências de governança singulares; e como tais cenários podem ser remetidos a experiências anteriores, bem como nos reportar à sondagem de novas tendências na produção da cidade olímpica. Como em Barcelona, o projeto dos Jogos de Londres foi concebido no âmbito de uma gestão local de esquerda e está focado na regeneração urbana em antiga zona “desindustrializada”, além do investimento na melhoria do sistema metropolitano de transportes públicos. O que, todavia, não o redime de contradições e dúvidas sobre o legado futuro. O projeto do Rio de Janeiro, por sua vez, mais se assemelha ao modelo Pequim 2008, pela monumentalidade, orçamento vultoso, ausência de canais de diálogo com a sociedade civil e alto índice de despejos violentos. Concebido no auge da vigência do empreendedorismo urbano no governo local, e influenciado pela era neodesenvolvimentista no Brasil, o projeto terá grande impacto na materialidade urbana, acirrando contrastes socioespaciais ao se vincular diretamente a grandes interesses do setor imobiliário, sendo por isso alvo de críticas e de mobilização da sociedade civil organizada.

Publicado
2018-10-03
Seção
Sessões Temáticas