ST1 - 216 O PARADIGMA NEOLIBERAL E OS MEGAEVENTOS: COMO A COPA E AS OLIMPÍADAS SERVEMÀ PRODUÇÃO DE CIDADES MAIS EXCLUDENTES NO BRASIL

  • Ludmila Ribeiro Paiva
  • Mariana Gomes Peixoto Medeiros
  • Lúcia Maria Capanema Álvares
Palavras-chave: megaeventos, reestruturação urbana, habitação, remoções forçadas, mobilidade urbana

Resumo

Os megaeventos esportivos conformam hoje a mais adotada e poderosa estratégia neoliberal de empresariamento das cidades, propiciando grandes projetos de reestruturação urbana. No Brasil, ao recriar a estrutura e a imagem urbanas alegadamente para os eventos, o Estado e seus parceiros vão invertendo as prioridades da habitação social e da mobilidade urbana, para nos atermos aos aspectos urbanísticos. Se a questão habitacional no país já é grave por si só, a realização da Copa do Mundo 2014 e das Olimpíadas 2016 agrega um novo elemento: megaprojetos com extraordinários impactos econômicos, urbanísticos, ambientais e sociais, incluindo-se a remoção forçada, em massa, de 150.000 a 170.000 pessoas. A cidade que se produz é a do resgate das externalidades positivas presentes nas áreas centrais (ou em novas frentes de expansão) para o mercado imobiliário e da relocação de seus moradores pobres nas periferias destituídas de equipamentos e transportes adequados. Este artigo explora os impactos dos megaeventos nas estruturas urbanas, tendo como foco a questão habitacional lato sensu e como base o trabalho das autoras no Dossiê Megaeventos e Violações de Direitos Humanos no Brasil.

Publicado
2018-09-27
Seção
Sessões Temáticas