GT10 - 447 REPRESENTAÇÃO DE REDES SOCIAIS EM UM SISTEMA DE VISUALIZAÇÃO COM MÚLTIPLAS VISTAS

  • Luciene Stamato Delazari UFPR
Palavras-chave: mapeamento, visualização do espaço geográfico, Tecnologias de Informação e Comunicação, Internet

Resumo

O espaço sempre foi visto como sendo tanto absoluto (Aristotélico ou Newtoniano, ou seja, entendido como um container de objetos), como relativo (Leibniziano ou Kantiano, ou seja, entendido como conseqüência das inter-relações entre os objetos nele contidos) (DODGE & KITCHIN, 2001). Os mesmos autores, ao evocar Lefebvre (1991), concordam que o espaço está sendo continuamente produzido através das relações sócio-espaciais e que a produção deste espaço, ou seja, o processo de espacialização ou de produção das espacialidades se dá em três níveis complementares, quais sejam: as práticas espaciais (onde); as representações espaciais (mapas); e os espaços de representação (ideologias). Portanto, Dodge & Kitchin (2001) conceituam o espaço geográfico como relacional, tanto no sentido geométrico como no sentido social.
Estes ainda concordam que a análise geográfica tradicional dos espaços produzidos socialmente através das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), mais especificamente, os produzidos ciberneticamente através da Rede Mundial de Computadores e da Internet, constitui um desafio, pois este tipo de representação rompe com as premissas cartográficas de que o espaço é contínuo e ordenado e de que o mapa não é o território em si, mas apenas uma representação deste.
A complexidade em se tentar representar geograficamente as redes sociais que se estabelecem através das TICs e do espaço cibernético (ciberespaço), reside no fato de que estes não possuem limites físicos estabelecidos, atributos espaciais necessários à sua materialização e espacialização. Como conseqüência, os cartógrafos tendem a estender os métodos empregados no mapeamento e visualização do espaço geográfico convencional, à produção de mapas e às visualizações dos espaços virtuais e de suas inter-relações. Esta solução, embora nem sempre satisfatória, constitui ainda a única alternativa disponível, pois, somente uma mudança radical na forma de pensar o espaço poderá levar a uma nova concepção do seu mapeamento.

Biografia do Autor

Luciene Stamato Delazari, UFPR

Engenhiera, Doutora em Engenharia, Professora do Departamento de Geomática da UFPR e do PRograma de Pos-Graduação em CIências Geodésicas da UFPR

Publicado
2019-02-01
Seção
Sessões Temáticas