GT10 - 384 MOBILIZANDO INFORMANTES PELA INTERNET PARA LOCALIZAÇÃO DE EVENTOS SONOROS URBANOS

  • Thaís Amorim Aragão PROPUR-UFRGS
Palavras-chave: Fortaleza, EVENTOS SONOROS URBANOS, MOBILIZANDO INFORMANTES

Resumo

Ambulante. Do latim ambulans,antis, particípio presente de ambuláre, que significa “ir em torno, dar uma volta” donde “passear”. Segundo o Houaiss, é aquele que se locomove, que anda ou migra, que não possui lugar fixo, que está sempre se transportando de um lugar a outro. Palavra que pode substituir mesmo o nome pelo qual se conhece certos comerciantes, aqueles que, a fim de exercer sua atividade, não se fixam em apenas um lugar. Este trabalho se origina de uma pesquisa em desenvolvimento sobre um fenômeno que tem como principal vetor social um determinado ambulante em atuação na cidade de Fortaleza: o vendedor de chegadinho.
Antes de continuar, talvez seja importante fazer algumas considerações sobre o que vem a ser o chegadinho. Num primeiro momento, o produto pode parecer completamente estranho aos que nunca tiveram contato com o assunto. Isso acontece porque os cearenses usam uma palavra diferente para nomear algo que, a não ser pelas especificidades locais na forma de fazer, comerciar e reconhecer, está presente em muitas cidades brasileiras. O chegadinho – ou chegadinha, ou ainda chegadim – se assemelha ao que em outros estados nordestinos é conhecido como cavaco chinês, cavaco, cavaquinho ou taboca. Na região Norte, tem como equivalente o cascalho; em São Paulo e proximidades, o beiju (ou biju, que neste caso não é o primo direto da tapioca); e em áreas do Sul, a casquinha.
Para aqueles que não conhecem quaisquer desses produtos, cabe dizer que chegadinho é um doce muito fino, feito basicamente de água, farinha de trigo, goma e açúcar, e que, pelo menos em Fortaleza, é comumente assado em chapas sobre fornos a carvão. Nas fabriquetas rudimentares que atendem pequenos grupos de vendedores na cidade, o chegadinho é tirado da chapa com um funil, o que lhe dá a forma de um pequeno cone. Seco e crocante, é muito delicado e quebradiço, o que oferece uma peculiar sensação ao paladar da clientela. Mas isso também requer um cuidado especial no transporte, realizado em tambores levados na diagonal às costas dos vendedores, que anunciam a iguaria tocando triângulo pelas ruas.

Biografia do Autor

Thaís Amorim Aragão, PROPUR-UFRGS

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PROPUR-UFRGS)

Publicado
2019-02-01
Seção
Sessões Temáticas