GT9 - 1176 A NAVEGAÇÃO FLUVIAL: REALIDADE E PLANEJAMENTO

  • Felipe Augusto Santos Silva USP
Palavras-chave: navegação fluvial turística, centros urbanos, rede hidrográfica, paisagens naturais, sistema fluvial

Resumo

O turismo como atividade econômica e social faz parte da lógica de desenvolvimento em muitos lugares no espaço global. Esse encaminhamento do turismo ocorre em sua maioria por meio das forças dominantes do mercado com foco na estruturação de produtos turísticos, e um planejamento atento a tarefa de disciplinar o fenômeno nos territórios fica relegado a níveis inferiores na hierarquia de interesses e prioridades.
O planejamento do espaço – instância social – para o turismo a partir desse enfoque pode vir a possuir como premissa a reorganização territorial. Deve-se nesse sentido dotar certas localidades com infra-estrutura de qualidade, regras de uso e ocupação do solo, mecanismos de conservação do patrimônio ambiental e urbano no intuito de propiciar uma configuração do território adequada para os residentes e turistas. O turismo nesse caso pode se tornar um potencializador de funções, ou seja, se tornar um indutor de novos usos a objetos que no passado possuíam outras intencionalidades.
Do ponto de vista do sistema de transportes no território nacional, tais como: aéreo, ferroviário, rodoviário, marítimo e fluvial, observa-se o antagonismo no que tange aos investimentos, regulamentação de atividades, formulação de políticas, atenção dos órgãos governamentais, empresas privadas e grupos sociais no fortalecimento e consolidação dessas diferentes matrizes de deslocamento, geradoras de fluxos humanos e de mercadorias.
No caso do sistema fluvial, a utilização das hidrovias e demais trechos navegáveis como rota comercial vem se tornando realidade, o mesmo não se pode dizer a respeito do transporte de passageiros, mais especificamente na sua relação com o turismo. Esse tipo de navegação faz parte da realidade turística do rio Mississipi, nos Estados Unidos e no rio Reno, na Europa.
O território brasileiro com suas insignes paisagens naturais, uma rede hidrográfica quase incomensurável e detentor de um conjunto ecológico vasto e complexo, ainda não consegue por meio de suas instituições legais propor medidas e soluções equilibradas para impulsionar esse tipo de navegação vinculada de certa maneira aos preceitos do desenvolvimento sustentável.
A implicação territorial da navegação fluvial turística é patente, agregando inúmeros elementos: necessidade de embarcações adequadas, centros urbanos realmente dotados com infra-estrutura, atrativos naturais e culturais, serviços e equipamentos específicos, portos e terminais hidroviários.

Biografia do Autor

Felipe Augusto Santos Silva, USP

Bacharel em Turismo pela UNESP e Pós-Graduando em Geografia Humana pela USP

Publicado
2019-02-01
Seção
Sessões Temáticas