GT9 - 1136 GEOGRAFIA ECONÔMICA REGIONAL FLUMINENSE NOS ANOS 00: AUMENTO DE RIQUEZA, EXPECTATIVA DE POBREZA

  • Helcio de Medeiros Junior Instituto Pereira Passos-IPP
  • João Grand Junior Instituto Pereira Passos-IPP
Palavras-chave: Extração mineral, Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes, Petróleo

Resumo

Divulgado recentemente pelo IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios de 2008 trouxe informações relevantes para o entendimento da dinâmica regional da atividade econômica dos municípios situados no território fluminense. Comparados ao ano anterior, figuram entre os seis maiores ganhos de participação no PIB nacional as cidades de Campos dos Goytacazes (+0,18 ponto percentual-p.p., e 14º maior município entre os 5.564) e São João da Barra (+0,06 p.p., e 163º); em termos setoriais, destacam-se: a) na série que se iniciou em 1999, Campos dos Goytacazes como o segundo maior município industrial do país, e dentre os dez maiores aquele que auferiu o maior ganho percentual no valor adicionado da indústria nacional (2,7 pontos percentuais), na companhia de Rio de Janeiro (3ª maior cidade industrial nacional), com perda de 2,1 p.p., e Duque de Caxias (5ª maior), com ganho de 1,0 p.p., e; b) na comparação com 2007, Campos dos Goytacazes (+0,8 p.p.), São João da Barra (+0,2 p.p.) e Rio das Ostras (+0,2 p.p.).
Estratificadas segundo o porte populacional, dentre as cidades de 100.001 a 500.000 habitantes, Campos dos Goytacazes (1ª colocada), Macaé (7ª) e Cabo Frio (8ª) figuram entre as dez que mais auferiram ganhos de participação no PIB nacional; dentre aquelas com 20.001 a 100.000 habitantes, Rio das Ostras (1ª) e São João da Barra (4ª), e; dentre as com 5.001 a 20.000 habitantes, Porto Real (1ª) e Quissamã (2ª) se sobressaíram. Não bastasse tamanho destaque, apesar de não figurar entre as dez maiores do país, as mesorregiões do Norte Fluminense1 e das Baixadas2 foram, respectivamente, a primeira e a quinta que maiores ganhos de participação no PIB nacional apresentaram entre 1999 e 2008.
Os resultados expressivos obtidos pela maioria dos municípios fluminenses mencionados devem-se, basicamente, ao aumento do preço do barril de petróleo e da produção do óleo ao longo de 2008, que alavancaram a renda local e tomaram participação de outras cidades do estado. Apesar do efeito-renda gerado pelo preço do barril, a atividade de Extração mineral tem alavancado o comportamento fabril fluminense há muito tempo, em detrimento da Indústria de transformação, que tem amargado desempenho inferior àquela. Tomando como referência os anos 00 do presente século, enquanto o volume de produção física da Extração de minerais acumulou crescimento de 85,4%, a Indústria de transformação amargou queda de 3,51%. Assim, cedo ou tarde, os municípios que registram em seus domínios os efeitos diretos (produção) e indiretos (royalties) da atividade extrativa, iriam elevar sua participação na distribuição do valor adicionado industrial.

Biografia do Autor

Helcio de Medeiros Junior, Instituto Pereira Passos-IPP

Economista, mestre em Economia Empresarial, doutor em Planejamento Urbano e Regional, Professor e Gerente de Estudos Econômicos do Instituto Pereira Passos (IPP/RJ)

João Grand Junior, Instituto Pereira Passos-IPP

Geógrafo, mestre em Geografia Econômica e da gerência de Estudos Econômicos do Instituto Pereira Passos (IPP/RJ)

Publicado
2019-02-01
Seção
Sessões Temáticas